Análise: Abigail (King Diamond)

Hoje iremos analisar o segundo álbum de estúdio da carreira solo de King Diamond, o "Abigail", lançado em 1987. Esse foi o álbum que deu prestígio à carreira do emblemático vocalista após o primeiro hiato do Mercyful Fate. Para fazer o disco, King contou com a excelente dupla de guitarristas Andy LaRocque e Michael Denner, e com Timi Hansen no baixo, além de ninguém mais, ninguém menos do que Mikkey Dee na bateria.

Funeral = A primeira faixa não é uma música propriamente dita, é apenas uma introdução, mas não deve ser deixada de lado, pois é de suma importância para o entendimento do álbum, cujo objetivo principal é contar uma história (Muito bem contada por sinal) .

Arrival = A base da música, formada pelo baixo e pela bateria , deixam os guitarristas livres para trabalharem com criatividade. Para aqueles que não estão acostumados com a voz de Diamand, há um estranhamento inicial, mas para aqueles que já estão acostumados com as mudanças contantes de tom, e com os falsetes exageradamente abertos do cantor, o que resta é apreciar a música.

A Mansion In The Darkness = Uma das canções mais famosas da carreira do cantor. É uma das músicas mais belas do álbum, com Riffs e solos belíssimos, e com Mikkey Dee destruindo a bateria. O Feeling aqui impressiona, e é comum ouvintes terem arrepios em algumas passagens dessa faixa.

The Family Ghost = A introdução com Riffs pesados e Pontes bem feitas é impressionante. A base do baixo mais uma vez é muito boa, e por mais que King Diamond esteja acostumado a trocar o tom de sua voz, a velocidade e perfeição com que o faz nessa música é impressionante. Aqui a letra da música começa a fazer sentido, e a história de Abigail começa a ser contada.

The 7th Day Of July 1777 = Se esta bela introdução estivesse em qualquer outro disco, ela serviria para acalmar o ouvinte, e prepará-lo para o que estava por vir, mas nesse disco, ela serve para deixar o ouvinte mais apreensivo ainda, e para causar suspense. Essa música gruda na cabeça com um refrão marcante e aterrorizante. O instrumental da música é muito bem feito, com destaques para o baixo, e para os solos sensacionaisde guitarra. Aqui termina de ser contada a história antiga de Abigail, e podemos então, continuar a ouvir a história de Jonathan La'Fey.

Omens = O Riff potente, produzido por guitarras dobradas com auxílio do baixo introduzem a música com o maior suspense do disco. Essa é mais uma faixa que causa arrepios no ouvinte, em parte pela letra, em parte pela interpretação magnífica de Diamond. Os solos de guitarra, e as passagens de teclado fazem a atmosfera ficar ainda mais aterrorizante.

The Possession = Provavelmente a faixa mais macabra do disco, é impossível não se sentir tocado após ouvir a música. Na parte instrumental, mais um show de Timi Hansen e de Mikkey Dee, show esse acompanhado por mais uma aula de interpretação de King Diamond.

Abigail = Essa é a faixa em que tudo acontece, em que finalmente é possível prever o desfecho da história. E ela nos traz uma letra forte e mais uma vez marcante, com uma base instrumental que provavelmente ficará gravada na sua cabeça. Os solos nessa música, servem apenas para fazer um interlúdio entre cada estrofe da letra.

Black Horseman = "Black Horseman" é para muitos a melhor música do disco, e para alguns, a melhor de toda a carreira do vocalista. O fato é que essa canção fecha o álbum de maneira perfeita. A faixa é excelente, e após o seu término, o ouvinte proavelmente ficará aterrorizado, porém com uma expressão de "quero mais" no rosto.

"Abigail" é um disco sensacional, porém não é para qualquer um. Se você é daqueles que não apreciam músicas "enroladas", que não vão direto ao ponto, esqueça que esse álbum existe, pois ele não é direto em nenhum ponto. Se você não gosta ou não tem paciência de acompanhar as letras das canções enquanto as escuta, também esqueça esse disco, pois grande parte da magia dele é provinda das letras.

Agora, se você não vê problemas em músicas um pouco mais controladas, e em acompanhar todas as letras do disco, "Abigail" é altamente recomendado. O álbum é muito bem feito, e está lotado de Riffs, Pontes, Solos e Bases maravilhosas, e King Diamond dá uma verdadeira aula de interpretação em seus vocais. Mas o verdadeiro ponto forte desse disco é o seu feeling, as músicas passam os mais diversos sentimentos para os ouvintes, que vão de apreenção e suspense, a medo e repugnância. O fato é que em nenhum momento "Abigail" é um disco frio.

Quanto à história que o álbum conta, poderíamos contá-la aqui, mas não queremos estragar a surpresa, vá ouvir o disco, vá, e aprecie essa magnífica história, contada por esse magnífico "contador de histórias"

Nota Final = 9,5